O QUE É ZIKA VÍRUS?
Zika Vírus é uma doença causada pelo vírus ZIKV, transmitida pelo Aedes
aegypti, o mesmo que transmite a dengue, a febre chigungunya, a febre
amarela.
Ainda pouco se sabe sobre o vírus ZIKA, mas ao certo é que o primeiro
registro é datado de 1947, encontrado primeiramente em macacos da Floresta
Zika, em Ugando, por isso o nome ZIKA. Em 1954, os humanos foram contaminados,
também na África. Depois veio a Oceania (2007), e aqui no Brasil somente no ano
de 2015, chegando primeiramente no Nordeste do país (Rio Grande do Norte e
Bahia).
Como sua transmissão é muito rápida, o país inteiro foi atingido em
pouco tempo, passando para toda a América Latina. Pouco incidente no Chile, já
que não existe o mosquito naquela região.
O Aedes aegypti consegue se adaptar ao meio, evoluindo com o passar dos
anos: antes precisava de água limpa e com um volume mínimo de água, só
conseguia voar por 10 metros. Agora, o mosquito precisa apenas de um pouco de
água, mesmo que suja, tão pouca água que cabe num tampinha de garrafa Pet. O
Aedes aegypti tá voando por 50 metros.
E COMO É O CICLO DE VIDA DO MOSQUITO
AEDES AEGYPTI?
O ciclo ocorre da seguinte forma: a fêmea do
mosquito deposita seus ovos em um objeto com água. Depois que os ovos eclodem,
as larvas ficam no recipiente por cerca de sete dias. Após estes dias,
transformam-se em mosquitos adultos. Ao picar uma pessoa contaminada, o
mosquito tá apto a transmitir a doença. O Aedes aegypti adulto vive em média 45
dias. Uma vez que o indivíduo é picado, demora no geral de 3 a 12 dias para o
Zika vírus causar sintomas.
O mosquito Aedes prefere temperaturas mais
altas, o ideal é de 30 a 32 graus célsius, raramente o mosquito consegue
sobreviver a temperaturas menores que 16° C. Os ovos do Aedes consegue viver
até o ano a seca e serem transportados por longas distâncias.
SINTOMAS
DO ZIKA VÍRUS
Os sintomas são muitos parecidos aos da dengue:
Febre baixa (entre 37,8 e 38,5°C);
Dor nas articulações;
Dor muscular;
Dor de cabeça;
Erupções cutâneas e coceiras;
Outros
sintomas:
Dor de cabeça;
Diarreia;
Constipação;
Fotofobia e conjuntivite;
Pequenas úlceras na mucosa oral.
DIAGNÓSTICO
Qualquer suspeita de Zika, Dengue, Febre chigungunya, a primeira coisa a
ser feita é procurar a ajuda de um especialista, ir ao posto de saúde mais
próximo.
No posto de saúde, hospital, laboratório, faz-se uma análise clínica e
exame sorológico de sangue.
O hospital, laboratório, para saber exatamente se a doença é a Zika e
não uma das outras transmitidas pelo Aedes, pode ser feito:
Teste de coagulação;
Eletrólitos;
Hematócrito;
Enzimas do fígado;
Contagem de plaquetas;
Raio X de tórax para demonstrar efusões pleurais.
TRATAMENTO
O tratamento para o Zika vírus é sintomático. Em
outras palavras, significar dizer que você deve tratar de aliviar os sintomas,
o paciente irá tomar remédios específico para dor de cabeça, específico para
dores nas articulações, e assim por diante. Não há tratamento específico para a
doença. Não deixe um outro mosquito picar uma pessoa que já esteja com a
doença, pois aquele mosquito poderá transmitir para outros indivíduos. De
preferencia, tenha telas de proteção na residência, use mosquiteiros ao dormir,
etc.
PREVENÇÃO
A prevenção vem sendo a principal forma de combate ao
mosquito da dengue, zika, etc. Não deixe água acumulada de forma alguma.
A preocupação é tanta com o mosquito Aedes que o governo lançou até um
aplicativo para celulares para explicar melhor, principalmente com essa onda de
contaminação Zika.
O aplicativo 0800 Saúde, traz informações de
utilidade pública sobre o vírus Zika, como as causas da doença e sua relação
com casos de microcefalia em recém-nascidos. O aplicativo também tem
orientações sobre como combater o mosquito.
O acesso da população ao aplicativo é gratuito,
ou seja, sem cobrança de dados móveis. “O pacote de dados não é computado na
hora em que se acessa o serviço. As empresas de telefonia em parceria estão
custeando o acesso a esse programa”, explicou o secretário executivo do
Ministério das Comunicações, Francisco Ibiapina. O download pode ser feito para
as plataformas Android e iOS.
Outras
formas de Prevenção é:
Uso de repelente;
Limpeza de Calhas e Caixas d’águas;
Limpeza e cuidado com aquários;
Suplementação vitamínica do Complexo B;
MICROCEFALIA
é uma condição neurológica rara em que a cabeça e o cérebro da criança são significativamente menores do que os de outras da mesma idade e sexo. A microcefalia normalmente é diagnosticada no início da vida e é resultado do cérebro não crescer o suficiente durante a gestação ou após o nascimento.
Crianças com microcefalia têm problemas de desenvolvimento. Não há uma cura definitiva para a microcefalia, mas tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e qualidade de vida. A microcefalia pode ser causada por uma série de problemas genéticos ou ambientais.
Fonte: Minha Vida
Entrevista do Infectologista Edimilson Migowski
O médico infectologista Edimilson Migowski esteve no É de Casa, dia 21, para explicar o que é a microcefalia e o que a doença tem a ver com os casos de zika vírus espalhados por todo o Brasil.
A doença tem gerado tanto debate que selecionamos algumas dúvidas dos internautas para que o infectologista esclarecesse questões sobre o assunto.
Confira as respostas do especialista e descubra mais informações:
Rafaela Lara: “É possível dar normal no ultrassom do segundo trimestre e, depois, ser identificada a microcefalia?”
“É preciso lembrar que a microcefalia tem relação com tempo de gestação e idade da criança. Aos três meses de gestação, o perímetro cefálico é diferente do de seis meses e de nove meses. Naturalmente, o perímetro cefálico, ou seja, o crânio, se desenvolve e vai aumentando. Por exemplo, se o problema ocorrer no quarto mês de gestação e a gestante fizer um ultrassom nesse período, o exame pode dar normal. Mas pode acontecer um comprometimento do desenvolvimento do sistema nervoso central a desse momento. Ao repetir o exame no oitavo mês, aí sim, será possível identificar o problema: o crescimento do perímetro cefálico fora do esperado para o desenvolvimento do bebê. Portanto, é possível que o ultrassom dê normal no segundo trimestre e, num exame realizado mais adiante, ser identificada a microcefalia. A diferença é que a microcefalia não será tão expressiva e impactante quanto a que já se instalou desde o primeiro trimestre de gestação.”
Mário Victor: “A microcefalia pode ser descoberta durante a gravidez através da ecografia ou somente após o nascimento?”
“A microcefalia pode ser descoberta durante a gravidez. Já a causa da doença acaba sendo mais fácil de descobrir após o nascimento do bebê. Geralmente, ela só é descoberta depois. Às vezes, nem é possível identificar como a doença foi contraída.”
Patricia Esquitni: “Estou grávida de nove semanas e moro em São Paulo. Gostaria de saber se corro algum risco de passar microcefalia para o meu bebê.”
“Na verdade, a mãe não passa a microcefalia para o bebê. A mãe pode passar o zika vírus, assim como se passa o vírus da rubéola, etc. Se esse vírus atacar a criança, isso pode impedir o perfeito desenvolvimento do sistema nervoso central dela, causando a microcefalia. Se você está com nove semanas de gestação, ainda está numa fase crítica. É muito importante que você evite contato com mosquitos, principalmente com o Aedes Aegypt. Quanto mais avançada está a gestação, menor é a probabilidade de um bebê ter problemas de desenvolvimento, como a microcefalia.”
Ana Paula Coura: “Em outros países há correlação entre o zika vírus e a microcefalia?”
“Não, a literatura a sobre isso é bem escassa. Existe relação do zika vírus com alguns problemas neurológicos, mas não com a microcefalia. São relatos recentes. Não se sabe se o vírus se modificou e está causando esse problema no Brasil, um zika vírus mutante, já que ele é um vírus RNA e eles têm maior facilidade de sofrer mutação ou se o zika vírus andou circulando em regiões de forma muito expressiva, sendo pouco provável que adultos estejam ainda suscetíveis a esse vírus. Por exemplo, se a mulher já teve o zika vírus quando criança, ela não terá novamente. É parecido com o que acontece com a rubéola: se você já teve a doença, não terá novamente, o que acaba com as chances de existir uma rubéola congênita. Não se sabe se esse tipo de problema é porque a notificação não é tão boa nos países africanos, se houve a mutação do vírus ou ainda se é o mesmo vírus que circula lá e atingiu basicamente crianças. Como não engravidam, é pouco provável que tenha problemas desse tipo em uma população adulta já protegida. A tendência é essa: assim que o zika vírus se tornar uma questão nacional, um problema endêmico, vai afetar somente crianças, aí a microcefalia vai deixar de ser algo detectado porque, uma vez infectadas na infância, não vão adoecer novamente na vida adulta.”
Fa Choeri: “Não precisamos urgente de uma vacina para combater essas doenças (microcefalia, dengue, etc)?”
“A vacina para a dengue é algo para acontecer num futuro muito próximo, provavelmente para o primeiro semestre de 2016. Para o zika vírus ainda não existe. O zika vírus era tido como uma doença extremamente benigna. Esse comportamento de causar microcefalia é que atribui um poder de morbidade maior, uma doença mais impactante. Acredito que a partir de agora vai ser alvo de pesquisas para se desenvolver uma vacina segura e eficaz. Porém, em menos de cinco anos, é difícil que exista uma vacina para a doença por conta do tempo mínimo do desenvolvimento de vacinas.”
Dani Oliver: “O que me deixa muito receosa é a falta de informações precisas. Estou grávida de nove semanas e tenho usado repelente. Precisamos cada vez mais que os veículos de informação abordem o assunto de forma séria e esclarecedora.”
“Com nove semanas de gestação, o uso de repelente é interessante. É importante utilizá-lo de forma comedida, já que as pessoas não têm dados de segurança desse produto. O ideal é utilizar o produto que o seu obstetra lhe indicar. É fundamental combater todo e qualquer criadouro do mosquito. É bom lembrar que 90% dos criadouros do Aedes Aegypt se encontram nas casas das pessoas. Se todos fizerem a sua parte, a tendência é diminuir a população do mosquito e minimizar o risco de adoecer pelas doenças transmitidas por ele.”
Luiza: “Minha filha tem três anos e seis meses, mas quando nasceu a medida do perímetro cefálico foi 33cm. Ela nasceu bem pequena, com 2,470kg e 43 cm, e normal conforme exames pós-nascimento. A microcefalia pode ser identificada durante a gestação?”
“É preciso lembrar que a microcefalia tem relação com tempo de gestação e idade da criança. Aos três meses de gestação, o perímetro cefálico é diferente do de seis meses e de nove meses. Naturalmente, o perímetro cefálico, ou seja, o crânio, se desenvolve e vai aumentando. Por exemplo, se o problema ocorrer no quarto mês de gestação e a gestante fizer um ultrassom nesse período, o exame pode dar normal. Mas pode acontecer um comprometimento do desenvolvimento do sistema nervoso central a desse momento. Ao repetir o exame no oitavo mês, aí sim, será possível identificar o problema: o crescimento do perímetro cefálico fora do esperado para o desenvolvimento do bebê. Portanto, é possível que o ultrassom dê normal no segundo trimestre e, num exame realizado mais adiante, ser identificada a microcefalia. A diferença é que a microcefalia não será tão expressiva e impactante quanto a que já se instalou desde o primeiro trimestre de gestação.”
Mário Victor: “A microcefalia pode ser descoberta durante a gravidez através da ecografia ou somente após o nascimento?”
“A microcefalia pode ser descoberta durante a gravidez. Já a causa da doença acaba sendo mais fácil de descobrir após o nascimento do bebê. Geralmente, ela só é descoberta depois. Às vezes, nem é possível identificar como a doença foi contraída.”
Patricia Esquitni: “Estou grávida de nove semanas e moro em São Paulo. Gostaria de saber se corro algum risco de passar microcefalia para o meu bebê.”
“Na verdade, a mãe não passa a microcefalia para o bebê. A mãe pode passar o zika vírus, assim como se passa o vírus da rubéola, etc. Se esse vírus atacar a criança, isso pode impedir o perfeito desenvolvimento do sistema nervoso central dela, causando a microcefalia. Se você está com nove semanas de gestação, ainda está numa fase crítica. É muito importante que você evite contato com mosquitos, principalmente com o Aedes Aegypt. Quanto mais avançada está a gestação, menor é a probabilidade de um bebê ter problemas de desenvolvimento, como a microcefalia.”
Ana Paula Coura: “Em outros países há correlação entre o zika vírus e a microcefalia?”
“Não, a literatura a sobre isso é bem escassa. Existe relação do zika vírus com alguns problemas neurológicos, mas não com a microcefalia. São relatos recentes. Não se sabe se o vírus se modificou e está causando esse problema no Brasil, um zika vírus mutante, já que ele é um vírus RNA e eles têm maior facilidade de sofrer mutação ou se o zika vírus andou circulando em regiões de forma muito expressiva, sendo pouco provável que adultos estejam ainda suscetíveis a esse vírus. Por exemplo, se a mulher já teve o zika vírus quando criança, ela não terá novamente. É parecido com o que acontece com a rubéola: se você já teve a doença, não terá novamente, o que acaba com as chances de existir uma rubéola congênita. Não se sabe se esse tipo de problema é porque a notificação não é tão boa nos países africanos, se houve a mutação do vírus ou ainda se é o mesmo vírus que circula lá e atingiu basicamente crianças. Como não engravidam, é pouco provável que tenha problemas desse tipo em uma população adulta já protegida. A tendência é essa: assim que o zika vírus se tornar uma questão nacional, um problema endêmico, vai afetar somente crianças, aí a microcefalia vai deixar de ser algo detectado porque, uma vez infectadas na infância, não vão adoecer novamente na vida adulta.”
Fa Choeri: “Não precisamos urgente de uma vacina para combater essas doenças (microcefalia, dengue, etc)?”
“A vacina para a dengue é algo para acontecer num futuro muito próximo, provavelmente para o primeiro semestre de 2016. Para o zika vírus ainda não existe. O zika vírus era tido como uma doença extremamente benigna. Esse comportamento de causar microcefalia é que atribui um poder de morbidade maior, uma doença mais impactante. Acredito que a partir de agora vai ser alvo de pesquisas para se desenvolver uma vacina segura e eficaz. Porém, em menos de cinco anos, é difícil que exista uma vacina para a doença por conta do tempo mínimo do desenvolvimento de vacinas.”
Dani Oliver: “O que me deixa muito receosa é a falta de informações precisas. Estou grávida de nove semanas e tenho usado repelente. Precisamos cada vez mais que os veículos de informação abordem o assunto de forma séria e esclarecedora.”
“Com nove semanas de gestação, o uso de repelente é interessante. É importante utilizá-lo de forma comedida, já que as pessoas não têm dados de segurança desse produto. O ideal é utilizar o produto que o seu obstetra lhe indicar. É fundamental combater todo e qualquer criadouro do mosquito. É bom lembrar que 90% dos criadouros do Aedes Aegypt se encontram nas casas das pessoas. Se todos fizerem a sua parte, a tendência é diminuir a população do mosquito e minimizar o risco de adoecer pelas doenças transmitidas por ele.”
Luiza: “Minha filha tem três anos e seis meses, mas quando nasceu a medida do perímetro cefálico foi 33cm. Ela nasceu bem pequena, com 2,470kg e 43 cm, e normal conforme exames pós-nascimento. A microcefalia pode ser identificada durante a gestação?”
“O problema pode ser detectado durante a gestação. Um ultrassom morfológico dá informações precisas sobre isso e o acompanhamento da criança também. Às vezes, uma criança que nasceu prematura e com baixo peso, tem o perímetro cefálico pode ser um pouco menor, mas não quer dizer que isso seja um problema. O perímetro cefálico médio normal é 33 cm. É importante que o pediatra, nas consultas de puericultura, meça o perímetro cefálico e o compare em gráficos para comprovar que o ganho está dentro do esperado. Um perímetro cefálico muito acima ou muito abaixo do normal pode traduzir enfermidade. O ideal é que você consulte sempre o seu pediatra para acompanhar a saúde da criança.”
Fonte: Globo
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