Odylo Costa Filho
Nasceu em São Luís do
Maranhão em 14 de dezembro de 1914 e faleceu em 19 de agosto de 1979 na cidade
do Rio de Janeiro.
Filho de Odylo de Moura
Costa e Maria Aurora Alves Costa, transferiu-se ainda criança do Maranhão para o Piauí, onde fez estudos primários e
secundários em Teresina, os
primeiros no Colégio Sagrado Coração de Jesus e os segundos no Liceu Piauiense.
Desenvolveu, assim, dupla afetividade de província, fraternalmente desdobrada
entre as duas cidades, e estendida a Campo
Maior, Piauí, onde nasceu sua mulher, D. Maria de Nazareth Pereira da Silva
Costa, com quem se casou em 1942, sob a bênção de três poetas: Manuel Bandeira, Ribeiro Couto e Carlos
Drummond de Andrade, padrinhos do casamento.
Mas já aos 16 anos, em
março de 1930, Maranhão e Piauí ficaram para trás e Odylo Costa,
filho, em companhia dos pais, fixou-se no Rio de Janeiro, bacharelando-se em
Direito, pela Faculdade Nacional
de Direito da Universidade do Brasil, em dezembro de
1933.
Carreira
Literária
Desde os 15 anos, porém, já
se revelava no jovem maranhense a vocação de jornalista, que encontrou, aliás,
seu primeiro abrigo no semanário Cidade Verde, de Teresina, fundado em 1929.
Por isso mesmo, em janeiro de 1931, conduzido por Félix Pacheco, entrou Odylo para
a redação do Jornal do Commercio, onde permaneceu até 1943. O jornalismo,
entretanto, embora ocupando boa parte de sua atividade intelectual, não o fazia
esquecer a literatura e, em 1933, com o livro inédito Graça Aranha e outros
ensaios, publicado no ano seguinte, obtinha o Prêmio Ramos Paz da Academia
Brasileira de Letras. Em 1936, em colaboração com Henrique Carstens, publica o
Livro de poemas de 1935, seguido, nove anos mais tarde, do volume intitulado
Distrito da confusão, coletânea de artigos de jornal em que, nas possíveis
entrelinhas, fazia a crítica do regime ditatorial instaurado no país em 1937.
Mas o jornalismo, apesar desses encontros sempre felizes com a literatura, foi
na verdade sua dedicação mais intensa, exercido com notável espírito de renovação
e modernidade.
Deixando o Jornal do
Commercio, Odylo Costa, filho, foi sucessivamente fundador e diretor do
semanário Política e Letras (de Virgílio de Melo Franco, de quem foi dedicado
colaborador na criação e nas lutas da União Democrática Nacional); redator do
Diário de Notícias, diretor de A Noite e da Rádio Nacional, chefe de redação do
Jornal do Brasil, de cuja renascença participou decisivamente; diretor da
Tribuna da Imprensa; diretor da revista Senhor]] (1961 — 1962)[1] [2] ;
secretário do Cruzeiro Internacional; diretor de redação de O Cruzeiro e,
novamente, redator do Jornal do Brasil, função que deixou em 1965, ao viajar
para Portugal como adido cultural à Embaixada do Brasil. Mas nem sempre, ao
longo dessa extraordinária atividade, foi apenas o jornalista de bastidores, o
técnico invisível. Em 1952 e 1953, exerceu a crítica literária no Diário de
Notícias, onde também criou e manteve a seção "Encontro Matinal",
juntamente com Eneida e Heráclio Sales. Durante prolongado período, publicou
uma crônica diária na Tribuna da Imprensa.
Em 1953 foi eleito membro da
Academia Maranhense de Letras, sucedendo Clodomir Cardoso, jurista, escritor e
político maranhense falecido em 31 de julho daquele ano.
A partir de 1963,
circunstâncias dolorosas levaram-no de volta a uma prática mais constante da
poesia, que não abandonara de todo embora fugisse à publicação em letra de
fôrma e até mesmo à leitura pelos amigos mais íntimos. E foi o maior deles,
Manuel Bandeira, ao preparar a segunda edição da sua Antologia dos poetas
brasileiros bissextos contemporâneos, o primeiro a ler alguns desses poemas,
sobretudo os inspirados pela morte de um filho ainda adolescente, que tinha seu
nome, poemas esses que Manuel Bandeira colocava entre "os mais belos da poesia
de língua portuguesa". Animado ainda por Manuel Bandeira, Raquel de
Queirós e outros amigos, Odylo Costa, filho, reuniu afinal seus versos em
volume publicado em Lisboa em 1967. Ampliado com os poemas da Arca da Aliança e
abrangendo toda a poesia do autor, saiu o volume Cantiga incompleta em 1971.
Mas se a poesia foi constante presença em sua vida, a ficção também participou
de sua bibliografia literária desde 1965, quando, aos 50 anos, publicou a
novela A faca e o rio, traduzida para o inglês pelo professor Lawrence Keates,
da Universidade de Leeds, e para o alemão por Curt Meyer-Clason. Com o mesmo
título, A faca e o rio foi adaptada para o cinema pelo holandês George Sluizer.
À edição portuguesa de A faca e o rio (1966), acrescentou Odylo Costa Filho, o conto
A invenção da ilha da Madeira, nova e feliz experiência do ficcionista até
então oculto pelo poeta, e ainda prolongada no conto História de Seu Tomé meu
Pai e minha Mãe Maria, em edição fora do comércio.
Carreira
Pública
Na vida pública, Odilo
Costa, filho, foi secretário de Imprensa do Presidente Café Filho, diretor da
Rádio Nacional e Superintendente das Empresas Incorporadas ao Patrimônio da
União.
Profundamente ligado ao
Maranhão (foi eleito para suplente, no Senado Federal, de José Sarney),
escreveu a introdução aos desenhos da pintora Renée Levèfre no belo livro
Maranhão: São Luís e Alcântara (1971).
De abril de 1965 a maio de
1967, foi adido cultural à Embaixada do Brasil em Portugal, onde mereceu a
honra de ser incluído entre os membros da Academia Internacional de Cultura
Portuguesa. De regresso ao Brasil, embora tivesse recusado o convite do
Presidente Costa e Silva para exercer o cargo de diretor da Agência Nacional,
Odilo Costa Filho, voltou no entanto ao exercício do jornalismo, primeiro como
diretor da revista Realidade, de São Paulo, mais tarde como diretor de redação
da Editora Abril, no Rio de Janeiro, e posteriormente como membro do Conselho
Editorial.
Obras
·
Graça Aranha e outros ensaios (1934)
·
Livro de poemas de 1935, poesia, em colaboração com Henrique Carstens
(1936)
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Distrito da confusão, crônicas (1945)
·
A faca e o rio, novela (1965)
·
Tempo de Lisboa e outros poemas, poesia (1966)
·
Maranhão: São Luís e Alcântara (1971)
·
Cantiga incompleta, poesia (1971)
·
Os bichos do céu, poesia (1972)
·
Notícias de amor, poesia (1974)
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Fagundes Varela, nosso desgraçado irmão, ensaio (1975)
·
Boca da noite, poesia (1979)
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Um solo amor, antologia poética (1979)
·
Meus meninos e outros meninos, artigos (1981).
Fonte: Wikpedia